Nesta quinta-feira (31), o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) realizou mais um Bate-papo com a Defesa Civil. O tema da 15ª edição do projeto foi a educação na gestão de riscos e desastres. Os participantes defenderam a escola como aliada para levar informações que irão preparar os alunos para serem agentes de proteção e defesa civil.
O debate foi mediado pela coordenadora de Fortalecimento da Defesa Civil Nacional, Loiane Souza, e contou com a participação da secretária municipal de Proteção e Defesa Civil da cidade de Guidoval, em Minas Gerais, Joyce Cruz; da doutora e pesquisadora em Engenharia Civil da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Rejane Lucena; da coordenadora do programa Cemaden Educação, Rachel Trajber, e do professor Augusto Ribeiro, de Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco.
A coordenadora Loiane iniciou o bate-papo apresentando um trecho de publicação produzida pelo MIDR sobre a gestão integrada de riscos e desastres.
"A educação que dialoga com a Gestão de Riscos e Desastres (GRD) deve cuidar sobretudo de evitar que os desastres aconteçam, apoiando a compreensão de suas causas, reduzindo as situações e populações vulneráveis, além de engajar a sociedade para trabalhar em parceria de forma preventiva. E também colaborar na preparação do exercício de autoproteção em situações de emergência que não puderam ser evitadas", apontou.
A pesquisadora Rejane Lucena destacou que o debate precisa estar presente em diversas áreas, com o objetivo de envolver toda a população.
"Paulo Freire nos faz refletir que a educação é a busca da transformação da realidade pela ação e reflexão humanas. Nessa lógica, precisamos dialogar com as diversas áreas do conhecimento sobre os riscos, as vulnerabilidades e os problemas urbanos e como podemos desenvolver ações que possam mitigar os riscos de desastres na comunidade. Para fazer isso, é preciso estar dentro de ambientes de educação formal e não formal, trazendo essa reflexão", disse.
Rachel Trajber reforçou o papel da escola como protetora da sociedade. "A função social da escola é de construir conhecimentos de forma intergeracional e não apenas de reproduzir informações, protegendo a sociedade. Atualmente, precisamos pensar na resiliência e no aumento da frequência e na intensidade dos desastres, que sempre chamamos de socioambientais. Assim, as escolas devem construir novos conhecimentos na relação com as suas comunidades, reforçando o trabalho de prevenção", disse.
Troca de experiências
A secretária Joyce Cruz contou a experiência em Guidoval. Segundo ela, a campanha “Aprender para prevenir”, promovida em 2021, foi o pontapé inicial para discutir o tema nas instituições de ensino da cidade.
“Com a campanha, entramos nas escolas para mostrar o trabalho da defesa civil municipal. Em Guidoval, nós temos um apoio muito forte da rede educacional, inclusive do estado. Além disso, temos uma lei que obriga a falar de defesa civil em sala de aula. As crianças gostam de falar sobre o assunto e são incentivados a isso. Não foi um desafio implementar esses projetos porque a adesão foi muito boa”, relatou.
Já o professor Augusto Ribeiro explicou como a escola atua na formação de agentes de transformação da sociedade. "Aqui, em Jaboatão dos Guararapes, na Escola Adelaide Pessoa Câmara, temos grandes parceiros na prefeitura, que abraçam projetos relacionados à preservação e à redução de riscos. A escola é a formadora de opinião e consegue, de fato, trazer a excelência para o pensamento dos nossos discentes. Dessa maneira, eles se tornam aptos a disseminar o conhecimento entre a comunidade escolar, que são os familiares e amigos, e isso faz com que eles se tornem agentes de transformação", destacou.
A série Bate-papo com a Defesa Civil é realizada uma vez por mês, com transmissão pelo canal do MIDR no YouTube.
Confira abaixo a íntegra do evento:
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