Trilhas, cachoeiras, escaladas, passeios de barcos e esportes radicais estão entre os atrativos oferecidos aos visitantes que escolhem a Caatinga como destino;
O Dia Nacional da Caatinga é celebrado anualmente em 28 de abril. A data foi criada para homenagear este bioma 100% brasileiro e conscientizar as pessoas sobre a importância da sua conservação para o equilíbrio ambiental. A caatinga ocupa 10,1% do território nacional e engloba os seguintes estados: Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e o norte de Minas Gerais. Cerca de 28 milhões de pessoas vivem nesse ambiente.
A Caatinga é emprego, é renda, é casa, é turismo e isso é bom para todo mundo! Por isso, a Agência de Notícias do Turismo separou alguns destinos com passeios maravilhosos para você conhecer esse bioma tão diverso. É só viajar nas palavras e já planejar seu próximo destino.
Chapada Diamantina (BA):
Os mais de 38 mil km² repletos de vegetação bem preservada, cachoeiras grandiosas, trilhas desafiadoras, grutas de beleza irretocável e charmosas cidades fazem da Chapada Diamantina um dos destinos mais procurados e conhecidos do Brasil. O Parque Nacional da Chapada Diamantina engloba três biomas: o cerrado, a mata atlântica e a caatinga, que pode ser apreciada na divisa da Bahia com Minas Gerais, próximo à cidade de Lençóis, que fica a 427 km de Salvador.
Os turistas se encantam com os incríveis paredões rochosos, a beleza das cachoeiras da Fumaça e do Buracão e a paisagem deslumbrante da trilha da Cachoeira do Mosquito. O pôr do sol no Morro do Pai Inácio proporciona uma vista panorâmica da Chapada. Imperdível é o banho de rio no parque da Muritiba, que também contempla trilhas de alta e média complexidade e várias paisagens interessantes e diferentes. O local é o principal destino de trekking na Bahia.
Canindé de São Francisco (SE):
Este local instagramável reúne gigantescas rochas avermelhadas cortadas pelo famoso Rio São Francisco, a cerca de 200 km de Aracaju. O Cânion do Xingó é a principal atração local, passeio obrigatório para quem visita a cidade. Esse imponente monumento natural é considerado o 5º maior cânion navegável do mundo e a melhor forma de conhecê-lo é de catamarã, escuna ou lancha, terminando com um refrescante banho nas águas cristalinas do Velho Chico. O lugar foi palco de produções da minissérie Amores Roubados e as novelas Cordel Encantado e Velho Chico.
Já a região do Vale dos Mestres tem paisagens típicas do sertão, natureza preservada e piscinas naturais muito convidativas. Fica a aproximadamente 30 km do centro de Canindé e abriga sítios arqueológicos que revelam pinturas rupestres datadas de 3 mil anos atrás.
A presença dos cangaceiros em Canindé foi marcante. Na divisa com Poço Redondo fica a Trilha do Angico, caminho no meio da caatinga para chegar à grota onde Lampião, Maria Bonita e mais nove cangaceiros foram mortos e decapitados. Suas cabeças foram levadas para Piranhas (AL), ali pertinho, e expostas nas escadarias da prefeitura. Em Piranhas fica o Museu Arqueológico do Xingó, espaço que expõe objetos encontrados em mais de 50 sítios arqueológicos.
Reserva Natural Serra das Almas (CE):
Para quem procura por trilhas e caminhadas na caatinga, o destino ideal é a Reserva Natural Serra das Almas, que fica no município de Crateús, a 185 km de Fortaleza. A fauna e a flora locais são diversificadas e garante muitos atrativos para os apaixonados por ecoturismo.
O local é reconhecido pela Unesco como Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Caatinga e é uma área aberta para visitação. Conta com alojamento, refeitório, laboratório, auditório e seis trilhas ecológicas. Uma delas totalmente acessível, pavimentada e com percurso de 500 metros. Foi construída com material reforçado e com a largura necessária para comportar as dimensões de cadeiras de rodas e outros dispositivos usados por pessoas com baixa mobilidade: muletas, bengalas e andadores.
As outras trilhas são a das Arapucas, com 6 km de extensão, atravessando os pontos de maior altitude da reserva; do Lajeiro, com percurso de 1,2 km, passando por plantas que são símbolo da caatinga, como o mandacaru, o xique-xique, a macambira e a coroa-de-frade; dos Macacos, com 2 km que terminam em uma pequena cascata; da Encosta, para quem gosta de escalar e tem preparo físico; e a maior de todas, da Gameleira, com 16 km.
Lajedo de Pai Mateus (PB):
O município é um sítio arqueológico com formações rochosas que fica em Cabaceiras, a 190 km de João Pessoa. Trata-se de uma elevação rochosa de 1 km quadrado, no formato de um prato de sopa invertido, sobre a qual estão dispostos cerca de 100 imensos blocos arredondados de granito, formando uma das paisagens mais inusitadas e belas do planeta. Essa região do Cariri Paraibano fica situada em meio a mata de pequeno porte denominada caatinga arbustiva. Quem visita o lugar diz que o Lajedo de Pai Mateus é o melhor local para se ver o pôr do sol da caatinga.
Santana do Ipanema (AL):
Aqui o turista encontra diversas atividades de ecoturismo, com trilhas e muita história, já que o famoso bando de cangaceiros comandados por Lampião andou por essas terras. No passeio guiado da Trilha da Serra da Camonga a grande atração é o maior mandacaru de Alagoas, além de outras imponentes árvores próprias da caatinga. Para os que curtem esportes radicais, há voos de parapente, escaladas e rapel nos paredões de rocha com mais de 30 metros de altura. A cidade de Santana do Ipanema fica a 205 km de Maceió.
Vale do Catimbau (PE):
O Parque Nacional do Catimbau tem uma beleza de tirar o fôlego. Além da grandiosidade de suas formações geomorfológicas milenares, que formam chapadões, cânions e cavernas, ele também possui sítios arqueológicos e pinturas rupestres datadas de 6 mil anos atrás. Para avistar as belezas naturais, o turista passeia por trilhas de baixo grau de dificuldade, aproveitando, também, a riqueza cultural da região, que conta com uma população que mantém vivas as tradições locais.
Serra das Confusões (PI):
O Piauí presenteia os apaixonados por natureza com a maior reserva do bioma Caatinga. O Parque Nacional Serra das Confusões possui mais de 823 mil hectares na região conhecida como Serra Vermelha. O local também é rico em história e conta o passado da humanidade por meio de sítios arqueológicos, cavernas e rochas. Aliás, as rochas deram nome ao Parque, por conta da confusão provocada pela mudança de cor das pedras conforme a luz do dia. Quem escolhe visitar o local vai encontrar a natureza intocada, composta por arbustos, flores, galhos retorcidos e os famosos mandacarus.
Sobre a Caatinga:
O nome vem do tupi-guarani e significa mata branca, uma referência à cor dos troncos das plantas que perdem sua folhagem nos períodos mais secos. Em meio à paisagem seca em tempos de aridez, basta um pouco de chuva para tudo ficar verde, florescer e germinar, fazendo a vida pulsar mais forte.
As principais características da vegetação da Caatinga são, solo raso e pedregoso, árvores baixas, troncos tortuosos e que apresentam espinhos e folhas que caem no período da seca (com exceção de algumas espécies, como o juazeiro). Destacam-se neste bioma: bromélias, xique-xique, mandacaru, embiratanha, acácia, juazeiro, macambira, maniçoba, umbu e mimosa.
A fauna é bem diversificada. Entre os principais animais deste bioma estão a ararinha-azul, o sapo-cururu, a onça-parda, o macaco-prego, a asa-branca, a cotia, o tatu-bola, o sagui-do-nordeste, o preá, o tatupeba, o veado-catingueiro, o guigó-da-caatinga e o jacaré-de-papo-amarelo.
Christiana Suppa | MTur | Agência Gov
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