Violência contra jornalistas ambientais aumenta, diz UNESCO.

  



SANTIAGO (Reuters) - Jornalistas que cobrem questões ambientais enfrentam violência crescente em todo o mundo por parte de atores estatais e privados, disse a UNESCO nesta quinta-feira, destacando que 44 desses jornalistas foram assassinados entre 2009 e 2023.

Mais de 70% dos 905 jornalistas entrevistados pela agência em 129 países disseram que foram atacados, ameaçados ou pressionados e que a violência contra eles piorou – com 305 ataques relatados só nos últimos cinco anos.

A UNESCO, a agência cultural da ONU, listou no seu relatório ataques físicos, como ferimentos, detenções e assédio, bem como ações legais, incluindo processos por difamação e processos criminais, entre outros.

Pelo menos 749 jornalistas, grupos de jornalistas e meios de comunicação social foram atacados em 89 países em todas as regiões, afirma o relatório, sendo os intervenientes estatais responsáveis ​​por pelo menos metade e os privados por pelo menos um quarto.

“Atores estatais – polícia, forças militares, funcionários e funcionários do governo, autoridades locais – são responsáveis ​​pela maioria dos ataques sobre os quais há informações disponíveis sobre os perpetradores”, afirma o relatório.

Estes jornalistas cobriam uma vasta gama de tópicos, incluindo protestos, conflitos mineiros e fundiários, exploração madeireira e desflorestação, fenómenos meteorológicos extremos, poluição e danos ambientais, e a indústria dos combustíveis fósseis.

Os homens foram atacados com mais frequência em geral e as mulheres com mais frequência digitalmente, disse o relatório.

Dos 44 jornalistas que foram assassinados em 15 países enquanto cobriam questões ambientais, o relatório afirma que apenas cinco casos resultaram em condenações. Os perpetradores permanecem não identificados em 19 dos 44 assassinatos.


Pelo menos 24 jornalistas sobreviveram a tentativas de homicídio.


Reportagem de Natália Ramos; Escrito por Stefanie Eschenbacher; Edição de Sonali Paul


Comentários