Fake news contribuíram para queda das coberturas vacinais contra a poliomielite, afirma infectologista.



Desde 2016, o Brasil tem apresentado queda nas taxas de cobertura vacinal contra a poliomielite e, por isso, não tem alcançado a meta, estabelecida como ideal pela Organização Mundial da Saúde, de 95% de crianças imunizadas. 

Segundo o Ministério da Saúde, em 2021, a cobertura vacinal em crianças menores de 1 ano no país ficou em 71%. Em 2022, subiu para 77,2%; em 2023, chegou a 84,6%.

A infectologista Raquel Stucchi, consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, afirma que as fake news, ou falsas informações, contribuíram para a queda das coberturas vacinais.

“Infelizmente, as fake news impactaram negativamente na cobertura ou adesão a todas as vacinas, não só a paralisia infantil. Com a baixa adesão vacinal, nós vemos a possibilidade de ocorrência e ressurgimento dessas doenças. O combate das fake news passa por um processo, primeiro, de punição, na minha maneira de ver, para quem conseguir identificar de onde partem essas fake news e punir. E a outra forma é que os gestores públicos fortaleçam as medidas educativas de todas as formas, inclusive com divulgação, em rede social, dos benefícios da vacinação e dos riscos que as pessoas correm se não se vacinarem.”

Apesar de o Brasil ter recebido o certificado de eliminação do poliovírus selvagem do território nacional em 1994 — como resultado da intensificação da vacinação —, o vírus continua circulando em outros países. Por isso, o diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Eder Gatti, alerta os profissionais de saúde, pais ou responsáveis sobre a importância de vacinar os pequenos.

"A poliomielite é uma doença que, por muitas décadas, causou paralisia e morte em crianças. Só que essa doença não faz mais parte do nosso cenário epidemiológico graças à vacinação e o Brasil, desde 1989, não registra nenhum caso. Embora tenhamos eliminado a doença, ela ainda existe no mundo e pode ser reintroduzida no nosso país. Por isso, é muito importante que os pais levem seus filhos menores de cinco anos para checar a caderneta e atualizar a situação se necessário." 

Todas as crianças menores de 5 anos de idade devem ser vacinadas contra a pólio de acordo com o Calendário Nacional de Vacinação e na campanha anual. O esquema vacinal contra a poliomielite possui três doses de vacina inativada — aos 2, 4 e 6 meses de idade — e mais duas doses de reforço com a vacina oral bivalente, a gotinha. 

Vale lembrar que a vacina protege as crianças por toda a vida e é segura.

Procure uma unidade básica de saúde e cuide bem dos nossos futuros campeões. Vamos nos unir ao Movimento Nacional pela Vacinação.

Para mais informações, acesse: www.gov.br/vacinacao



 Palpma Custódio

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